Estado do Amazonas, no Brasil, ficando sem oxigênio devido à COVID
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Estado do Amazonas, no Brasil, ficando sem oxigênio devido à COVID

Jul 17, 2023

[1/5]Um trabalhador chega com um cilindro de oxigênio ao hospital Getulio Vargas, em meio ao surto de doença por coronavírus (COVID-19) em Manaus, Brasil, 14 de janeiro de 2021. REUTERS/Bruno Kelly adquirem direitos de licenciamento

SÃO PAULO (Reuters) - O estado brasileiro do Amazonas está ficando sem oxigênio durante um novo aumento nas mortes por COVID-19, disse seu governo nesta quinta-feira, com a mídia noticiando que pessoas usando respiradores estavam morrendo por asfixia em hospitais.

O estado fez um apelo dramático aos Estados Unidos para que enviem um avião de transporte militar para a capital Manaus com cilindros de oxigênio, disse o deputado federal do Amazonas, Marcelo Ramos.

“Tiraram o oxigênio do meu pai”, disse Raissa Floriano em frente ao hospital 28 de Agosto, em Manaus, onde pessoas protestavam contra o fato de parentes que sofriam de casos graves de COVID-19 estarem sendo desligados dos ventiladores por falta de oxigênio.

Aos soluços, Floriano disse que estava procurando um cilindro de oxigênio para salvar seu pai, Alfonso, de 73 anos.

O Brasil é o lar do segundo surto de coronavírus mais mortal do mundo, depois dos Estados Unidos, e Manaus foi uma das primeiras cidades brasileiras atingidas por uma espiral no número de mortes e no número de casos desde a primeira onda da pandemia no ano passado.

Com os serviços de emergência levados ao limite, o governador Nelson Lima anunciou um toque de recolher estadual das 19h às 6h para impedir a propagação do coronavírus em uma segunda onda devastadora.

As autoridades de saúde disseram que os suprimentos de oxigênio acabaram em alguns hospitais e que as enfermarias de terapia intensiva estavam tão lotadas que muitos pacientes estavam sendo transportados de avião para outros estados.

Pessoas em Manaus estão novamente morrendo em casa de COVID-19. consulte Mais informação

Para piorar a situação, uma nova variante do vírus foi detectada no domingo no Japão em quatro pessoas que vieram do Amazonas.

Os pesquisadores não estabeleceram o quão infecciosa ou letal é a variante, mas o centro biomédico Fiocruz disse ter detectado o vírus em uma mulher de 29 anos que já havia testado positivo nove meses antes.

O estado vizinho do Pará anunciou na quinta-feira que proibiria os barcos de viagem que desciam o rio vindos do Amazonas, citando o aumento de casos e a identificação da nova variante.

O secretário de saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, disse que o estado precisa de quase três vezes mais oxigênio do que pode produzir localmente e apelou ao fornecimento de outros estados.

Especialistas em saúde pública fizeram relatos dramáticos de pessoas que morreram de COVID-9 em UTIs sem oxigênio.

“Acabou o oxigênio e os hospitais viraram câmaras de sufocamento”, disse o pesquisador da Fiocruz-Amazônia Jesem Orellana ao jornal Folha de S.Paulo. “Os pacientes que conseguem sobreviver podem sofrer danos cerebrais permanentes”, disse ele.

Reportagem de Eduardo Simões, escrita por Jamie McGeever; Edição de Steve Orlofsky

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